27/05/2023 às 17h26min - Atualizada em 28/05/2023 às 00h00min
Francesa Justine Triet vence a Palma de Ouro em Cannes com 'Anatomia de uma queda'
Diretora é a terceira mulher na história a ganhar o prêmio. Longa brasileiro 'A Flor do Buriti', sobre a resistência do povo indígena Kraho do norte de Tocantins, levou o prêmio "Ensemble" da mostra "Um Certo Olhar".
Diretora é a terceira mulher na história a ganhar o prêmio. Longa brasileiro 'A Flor do Buriti', sobre a resistência do povo indígena Kraho do norte de Tocantins, levou o prêmio "Ensemble" da mostra "Um Certo Olhar". Justine Triet, diretora de "Anatomia de uma queda", recebe a Palma de Ouro em Cannes REUTERS/Gonzalo Fuentes O júri presidido pelo diretor sueco Rubem Ostlund confirmou os palpites de críticos e sites especializados que colocavam “Anatomie d’une Chute” (Anatomia de uma Queda) como um dos favoritos à Palma de Ouro. A francesa Justine Triet é a terceira cineasta mulher da história a vencer o principal e prestigioso prêmio do Festival de Cannes. A cerimônia de encerramento do 76° Festival de Cinema de Cannes foi animada, como na abertura do evento, pela atriz Chiara Mastroianni, a filha de Marcello Mastroianni e Catherine Deneuve. Vários astros de Hollywood prestigiaram a noite, como Quentin Tarantino e Jane Fonda. O japonês Koji Yakusho, ator do sensível e poético “Perfect Days” de Wim Wenders, foi consagrado com o prêmio de Interpretação Masculino. O longa do veterano cineasta alemão era um dos favoritos da crítica e foi recompensado um pouco mais cedo com o prêmio paralelo Ecumênico. O longa rodado no Japão é um filme sensível e poético que mostra o cotidiano de um funcionário da limpeza de banheiros públicos de Tóquio. Merve Dizdar, protagonista de “Ervas Secas”, do turco Nuri Bilge Ceylan, foi considerada a melhor atriz dessa seleção 2023. Longa 'A Flor do Buriti', que retrata a resistência de indígenas brasileiros, é premiado em Cannes 'Ando no tapete vermelho enquanto as pessoas fogem de balas', diz diretor de primeiro filme sudanês de Cannes 'Firebrand', do diretor brasileiro Karim Aïnouz, estreia com aplausos no Festival de Cannes O melhor roteiro foi para o filme “Monster”, do japonês Kore-eda. O longa critica a sociedade japonesa pelo olhar de garotos e também levou a Palma Queer. O drama conta a história de Minato, um pré-adolescente, órfão de pai, que começa a ter problemas de comportamento. O filme tem várias sequencias, revelando diferentes pontos de vistas de personagens, que aprofundam e enriquecem a narrativa. “Les Feuilles Mortes” (Folhas Mortas) do finlandês Aki Kaurismaki. O cineasta veterano, várias vezes premiado em Cannes, mas nunca com a Palma de Ouro, era um dos grandes favoritos este ano pela crítica e levou o Prêmio do Júri. A surpresa da noite foi o Prêmio de Direção concedido ao franco-vietnamita Hùng Tran Anh, por “A paixão de Dodin Bouffant”. O filme sobre a relação amorosa do célebre gourmet francês do século 19 e sua cozinheira, estrelado por Juliette Binoche, não empolgou a plateia em Cannes. O Grande Prêmio foi para “The Zone of Interest” do britânico Jonathan Glazer, considerado um dos melhores filmes da seleção. O longa é um drama de Holocausto e descreve o cotidiano da família do comandante nazista de Auschwitz, sem nunca mostrar os horrores do campo de concentração. Foi a primeira vez que Jonathan Glazer participou da competição oficial de Cannes. Equipe do filme 'Anatomia de uma queda' recebe prêmio principal do Festival de Cannes 2023 REUTERS/Eric Gaillard Anatomia de uma queda Sete cineastas mulheres forma selecionadas este ano, um recorde, e a expectativa que uma delas vencesse era grande. “Anatomia de uma queda” é um drama de investigação que se transforma num drama de tribunal. Um casal mora, com o filho deficiente visual, em uma região montanhosa e isolada. Um dia, o pai é encontrado morto e a mãe é a principal suspeita. Em seu discurso, Justine Triet denunciou a violência e a repressão contra o movimento recente francês contra a Reforma da Previdência. Ela disse ainda que “o governo francês liberal está transformando a cultura em mercadoria e acabando com a exceção cultural francesa”. Brasil em Cannes A produção britânica “Firebrande”, dirigida pelo brasileiro Karim Aïnouz, não foi contemplada com nenhum prêmio. Mas o Brasil, que teve uma participação expressiva este ano com seis filmes em várias mostras, foi consagrado em Cannes. O longa “A Flor do Buriti”, sobre a resistência do povo indígena Kraho do norte de Tocantins, levou o prêmio "Ensemble" da mostra "Um Certo Olhar". Depois da cerimônia os convidados presentes ao Palacio dos Festivais puderam assistir ao filme de encerramento desta 76ª edição, a animação da Pixar, “Élémentaire”, de Peter Sohn. VÍDEOS: veja os mais recentes do g1
