Estudante de jornalismo na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), fez parte da 2ª turma de treinamento em jornalismo diário exclusivo para profissionais negros da Folha de S.Paulo. Trabalha na editoria de Newsletter.
Zema 2.0
Duas leis e duas alterações na Constituição do estado, todas de interesse do governador Romeu Zema (Novo), foram aprovadas pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais na quarta-feira (19).
O repórter Leonardo Augusto explica como essa façanha tem relação com a mudança de estilo do governador —ao ampliar a interlocução com parlamentares— e com o aumento do orçamento destinado as emendas impositivas de deputados estaduais.
As vitórias políticas de Zema na última semana apontam as direções tomadas no início do seu segundo mandato. Explicamos cada uma delas abaixo.
As novas leis e alterações na Constituição indicam quatro pontos no rumo da gestão do governador:
Cofre aberto para alianças. Zema aumentou o orçamento destinado às emendas dos deputados por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição. A base aliada do governador na Assembleia Legislativa de Minas tem 57 dos 77 deputados estaduais. No primeiro mandato, eram 20.
Tecnicismo. O governador triplicou seu próprio salário e deu aumentos significativos para seus secretários. De acordo com Zema, esse projeto de lei viabiliza o trabalho técnico no estado. O deputado Ricardo Campos (PT) questionou o porquê da ausência de outros servidores no reajuste de salário. "Não pode ser só para os amigos do rei", afirmou na época.
Segurança pública. Outro projeto aprovado retira o Detran (Departamento de Trânsito de Minas Gerais) da Polícia Civil, transferindo-o para a Secretaria de Planejamento. Para Zema, a mudança permite que os agentes se concentrem em “trabalho de polícia”. O governador também divulgou nas redes sociais nesta quinta (27) a nomeação de 599 policiais civis. Ele falou em "tempos difíceis para nós e nossos alunos”, sem detalhar como o efetivo deve atuar nas escolas.
Comunicação estatal nas mãos de aliados. A Rede Minas e a Rádio Inconfidência agora fazem parte da recém criada Secretaria de Comunicação Social administrada por Bernardo Santos, ex-presidente do Novo-MG. O Governo afirma que a medida busca trazer eficiência, mas a oposição teme que os veículos virem palanque eleitoral para 2026, segundo o jornal O Tempo.