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01/02/2023 às 08h47min - Atualizada em 01/02/2023 às 08h47min

Mãe Yanomami implora comida para o filho: 'Não sei se ele vai aguentar vivo se não chegar comida por mais dois, três dias'

Indígena faz parte da etnia Sanumá, parte dos Yanomami que vive no noroeste de Roraima.

Octavio Guedes
https://g1.globo.com/politica/blog

Yanomami implora comida para o filho

Uma mãe Yanomami faz um apelo para a câmera: "Eu hoje não tenho comida nenhuma para dar para o meu filho, e não sei se ele vai aguentar vivo se não chegar comida por mais dois, três dias". 

O depoimento foi gravado no último domingo (29) e encaminhado pela Defensoria Pública da União (DPU). As imagens foram feitas em visita à etnia Sanumá, que vive no alto do Rio Auaris, noroeste de Roraima, durante a atuação de órgãos do governo federal em assistência aos povos originários da região.

O menino se chama Benício e, diz a mãe, "está muito fraco". "Quero pedir para você, com urgência, mande logo alimentação para a nossa comunidade porque eu não sei mais o que fazer. Faça alguma coisa, senão vocês não vão encontrar o meu filho vivo aqui quando chegarem com a comida", suplica a indígena às autoridades que prestam socorro em Roraima. A tradução foi feita pela DPU.

Em 20 de janeiro, o governo federal declarou emergência de saúde pública junto aos Yanomami. As comunidades registram casos de malária, pneumonia, desnutrição e contaminação por mercúrio potencializados pelo garimpo ilegal na região, como mostrou a repórter Sonia Bridi no Fantástico.

Inicialmente, o Ministério da Saúde e demais órgãos governamentais atuarão por 90 dias na região – que podem ser prorrogados.

Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, há 22 suspeitas de omissões do governo anterior, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no combate à tragédia Yanomami.

O Supremo Tribunal Federal apura se o governo Bolsonaro prestou informações falsas sobre assistências oferecidas à etnia indígena. O ministro Luís Roberto Barroso determinou que autoridades sejam investigadas por suspeita de crime de genocídio.

Quando deputado federal, em 1993, Bolsonaro propôs o fim da demarcação de terras aos Yanomamis porque, dentre outros motivos elencados por ele, aquela região era rica em "madeiras nobres e metais raros".

Por Octavio Guedes

Comentarista de política da GloboNews e eterno repórter. Participa do Estúdio I, Em Ponto e Edição das 10h


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