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08/03/2024 às 18h54min - Atualizada em 10/03/2024 às 10h20min

Empoderamento nas estradas: a jornada das mulheres no transporte rodoviário

Redação
Divulgação
Em diferentes funções, de motorista a executiva de negócios, mulheres compartilham suas experiências e como incentivam a inserção no setor, ainda predominantemente masculino

Em meio ao cenário tradicionalmente dominado por homens, uma mulher destemida desafia estereótipos ao assumir o volante de um ônibus de transporte rodoviário interestadual. Klézia Kristina de 44 anos, é a protagonista de uma história inspiradora que destaca não apenas a sua determinação, mas também a mudança gradual na indústria do transporte.  

Natural de Goiânia, Klézia decidiu, há quase seis anos, quebrar barreiras e seguir carreira no transporte de ônibus. "Sempre gostei da sensação de liberdade ao volante e de conhecer novos lugares. Eu era motorista, mas também trabalhava na panificadora da minha mãe. Quando ela vendeu a padaria, fiquei sem atividade. Foi quando uma amiga disse que uma empresa estava contratando motoristas para trabalhar no transporte público da cidade", lembra. 

O setor de transporte, em geral, é predominantemente masculino, mas Klézia desafiou as expectativas e conquistou sua licença de motorista na categoria após um intenso treinamento voltado para mulheres – e somente ela persistiu na atividade. Desde então, ela trabalha dirigindo por longas horas pelas estradas do Brasil, conectando as pessoas a diversas regiões. Em especial, o trajeto Goiânia-Natal, da parceria entre FlixBus, empresa de tecnologia em transporte rodoviário controlada pela provedora alemã Flix, e a Viação Catedral.  

Presente no Brasil desde 2021, a FlixBus tem apostado nas mulheres na operação, principalmente em cargos de liderança, e que fomentam o processo de expansão da empresa no país. Algo que vem mudando aos poucos no mercado brasileiro. Segundo pesquisa realizada pela Women in Business (GrantThornton), de 2022, as mulheres ocupavam apenas 38% dos cargos de liderança no Brasil naquele ano, uma queda de 1% em relação a 2021, mas um aumento de 13 pontos percentuais em relação a 2019.  

“Sabemos que a equidade de gênero no Brasil é ainda um grande desafio dentro das empresas, mas aos poucos tenho percebido que as organizações estão dispostas a desenvolver ações e posições voltadas para mulheres, porque passou a fazer parte da filosofia cultural daquela empresa, de forma genuína e real”, explica Andrea Mustafa, Diretora de Relações Governamentais e Institucionais da FlixBus no Brasil. 

Para Francine Sant'Anna, Gerente Sênior Desenvolvimento de Negócios e Operações, é preciso enaltecer o papel da mulher no setor para que outras mulheres se inspirem, ainda mais em uma indústria tão tradicional, em que a maior parte dos operadores, fornecedores e especialistas é formada por homens. “Esse contexto, muitas vezes, gera questionamentos sobre nossa capacidade e entendimento do setor e do negócio por sermos mulheres e jovens. É aí que precisamos nos posicionar e compartilhar conhecimento, para que outras mulheres não tenham medo de conquistar seu espaço", reforça. 

Klézia também compartilha as dificuldades que enfrenta como uma das poucas mulheres na profissão. "No começo é complicado, as pessoas ficam surpresas ao me verem dirigindo um ônibus. Certa vez, um senhor me viu como motorista e ficou apreensivo. Quando chegamos ao destino final, ele pegou minhas mãos e disse que foi a melhor viagem que ele tinha feito. Em outras ocasiões, quando eu o encontrava, ele me dizia que estava feliz porque chegaria em casa tranquilo”, relembra Klézia. “Fiquei mais confiante em meu trabalho, apesar de que ainda existe preconceito com mulheres no setor. Estou aqui para mostrar que somos tão capazes quanto qualquer homem e ganho a confiança dos passageiros", afirma. 

A jornada de mulheres como Klezia, Andrea e Francine não é apenas sobre dirigir suas carreiras em um espaço dominado pelos homens, mas, acima de tudo, sobre quebrar barreiras e abrir caminhos para que as futuras gerações de mulheres possam atuar no mercado rodoviário. “Queremos mostrar que, com determinação e coragem, podemos impulsionar uma mudança positiva na indústria, demonstrando que as estradas também pertencem às mulheres", finaliza Andrea. 


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