Após solucionar as dívidas, o Cruzeiro ficou livre para inscrever os contratados na temporada 2022 e formou o elenco que retornou à elite do Campeonato Brasileiro como campeão da Série B, com 78 pontos.
Terminou nessa quinta-feira (23/2) o prazo de pagamento do Cruzeiro ao Pyramids, do Egito, pela contratação de Rodriguinho, em janeiro de 2019. A Sociedade Anônima do Futebol - da qual Ronaldo é dono de 90% das ações - se posicionou sobre o caso.
"Ressalta-se que a aprovação das condições de pagamento seguirá as previsões legais da Lei 11.101/05 em Assembleia Geral de Credores, em data a ser definida".
Ronaldo tentou resolver imbróglio
Ronaldo já havia tentado resolver o "caso Rodriguinho" em encontro com Salem Saeed Al Shamsi, presidente do Pyramids. O investidor do Cruzeiro revelou detalhes das conversas ao jornalista Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minas e do Superesportes, durante a Copa do Mundo do Catar.
"A gente tem uma dívida com o Pyramids, do Egito, de US$ 6 milhões que a gestão, não sei qual foi que fez, não pagou. Compraram o Rodriguinho e não pagaram, deixaram essa herança aí para mim. A gente está negociando com ele (presidente do Pyramids) para não chegar um transfer ban", disse, em 29 de novembro de 2022.
Contratação de Rodriguinho
Rodriguinho foi contratado pelo Cruzeiro em janeiro de 2019 num negócio estimado em US$ 7 milhões - R$ 26 milhões na época - diluídos em três anos. A gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá pagou apenas uma espécie de entrada, de R$ 3,85 milhões, no dia 25 daquele mês.
As demais parcelas deveriam ter sido quitadas em novembro de 2019 (US$ 500 mil), fevereiro de 2020 (US$ 500 mil), maio de 2020 (US$ 1 milhão), agosto de 2020 (US$ 500 mil), novembro de 2020 (US$ 500 mil) e a última em janeiro de 2022 (US$ 3 milhões), quando o contrato de Rodriguinho já teria se encerrado.
Na ocasião, o Superesportes obteve acesso a documentos que apontavam que o Cruzeiro se comprometeu a desembolsar, ao longo de 36 meses de contrato, uma fortuna de R$ 53 milhões.
O valor total incluía aquisição de direitos econômicos (R$ 26,3 milhões), remuneração do jogador ao longo dos 36 meses (R$ 14 milhões), direito de imagem (R$ 9,3 milhões) e comissões de intermediários (R$ 3,4 milhões).
O montante poderia ser ainda maior se o Cruzeiro conquistasse, em 2019, 2020 ou 2021, o Campeonato Brasileiro, a Libertadores ou o Mundial de Clubes - ou mesmo se Rodriguinho atuasse em 70% dos jogos nessas competições. O contrato previa bônus de mais R$ 650 mil caso o jogador alcançasse alguma dessas 'metas'.
Rodriguinho, entretanto, jogou pouco pela Raposa, uma vez que lidou com uma lesão crônica na região lombar na segunda metade de 2019. Em 22 partidas, marcou oito gols e deu duas assistências. Em 2020 e 2021, o meia defendeu o Bahia. Desde 2022, ele atua pelo Cuiabá.