Recálculo do preço da energia deve reduzir previsão de inflação

  A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve rever o preço mínimo da energia para 2023 e reduzir o forte impacto que a dolarização dessa energia teria na inflação.

  Segundo estudo de Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, e Hamilton Guerra, especialista do setor, o impacto da indevida dolarização da energia seria de 0,32 ponto percentual, mais da metade do reflexo da desoneração dos combustíveis (incluir link do site da GO Associados). 

   O alerta dos especialistas de que usar o preço da energia de Itaipu binacional, em dólar, em vez da média das usinas hidrelétricas do país, como prevê a legislação, era inadequado e gerou um novo olhar sobre a questão. Agora, há tutela jurídica que abraça esses cálculos em prol de todos os brasileiros. Assim, reduz-se um impacto econômico para a sociedade que seria de R$ 5,6 bilhões/ano.

  Na prática, a Aneel já havia reconhecido a necessidade de reforçar e ampliar o apoio de estatísticos para embasar suas decisões e fiscalizações. Por isso, está recrutando novos profissionais especializados em diversos setores para ajudá-la a fiscalizar concessionárias, permissionárias e autorizadas de distribuição e transmissão de energia elétrica via Edital de Credenciamento nº 1/2022-SFE/ANEEL, cujo primeiro sorteio será em março/2023. 

   As chuvas abundantes deste ano encheram os reservatórios das usinas hidrelétricas do país, e o custo de geração de energia hoje é literalmente zero. O Brasil está diante de uma enorme oportunidade de canalizar essa energia barata (e limpa) para o setor produtivo, contribuindo para a tão desejada reindustrialização da economia do país, que trará consigo crescimento econômico, geração de emprego e renda para a população. 

   O Brasil poderia, inclusive, sair na frente da corrida global pela produção do hidrogênio verde (considerado o combustível do futuro), utilizando a energia barata e limpa da nossa matriz para esse fim.