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20/01/2023 às 07h54min - Atualizada em 20/01/2023 às 07h54min

Pai de menina deficiente encontrada morta vai a julgamento por negligência

Promotoria diz que, no momento de sua morte, Kaylea Louise Titford estava "vivendo em condições impróprias para animais"

https://veja.abril.com.br/saude/pai-de-menina-deficiente-encontrada-morta-vai-a-julgamento-por-negligencia/

Kaylea Louise Titford, uma jovem deficiente de 16 anos com obesidade mórbida, foi encontrada morta em outubro de 2020, deitada em uma cama em meio a lençóis sujos, na cidade de Newtown, no País de Gales. O episódio trágico é revisitado agora, após o início do julgamento do pai por homicídio culposo, negligência grave e causar ou permitir a morte de uma criança ou pessoa vulnerável.

Kaylea tinha espinha bífida (malformação congênita na coluna) que a deixava com sensibilidade limitada da cintura para baixo, limitando sua mobilidade, e usava cadeira de rodas desde pequena. Sua mãe, Sarah Lloyd Jones, se declarou culpada da mesma acusação, quando compareceu ao tribunal galês em 12 de dezembro do ano passado. Já Alun Titford nega ter matado a filha.

A advogada da promotoria, Caroline Rees, disse que, no momento de sua morte, Kaylea estava “vivendo em condições impróprias para animais” e forçada a usar “almofadas de cachorro” para ir ao banheiro em chão encharcado de urina. A adolescente estava pesando quase 146 kg e tinha várias feridas e áreas de infecção pelo corpo.

Para a promotoria, ela morreu porque seus pais falharam em seu dever de cuidados – e as evidências que circundavam seu corpo comprovaram isso. “Suas falhas graves foram ocultadas do escrutínio do mundo exterior a partir de março de 2020 por causa do lockdown nacional imposto durante a pandemia de Covid-19”, declarou Caroline. “Podemos dizer ainda que a negligência dos pais foi tão grave que foi devidamente caracterizada como criminosa.”

O argumento de Titford, segundo a promotoria, é que, embora ele morasse no mesmo endereço, a mãe de Kaylea era a cuidadora principal e não estava ciente das condições da filha ou da deterioração de seu estado físico. O julgamento está em andamento e deve durar três semanas. A defesa será ouvida assim que a acusação for concluída.

 


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