11/08/2022 às 20h41min - Atualizada em 11/08/2022 às 20h41min

Atos pelo Brasil unem vozes em defesa da democracia após ataques de Bolsonaro

Atos em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro reuniram hoje, em diversos pontos do país, empresários, juristas, artistas, movimentos sociais e sindicais. O maior deles ocorreu na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O movimento foi capitaneado por duas cartas, elaboradas por ex-estudantes da USP e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e levou uma multidão ao Largo de São Francisco, no Centro da capital paulista. Houve gritos de "Fora, Bolsonaro" . Sem nunca ter apresentado provas, o presidente e apoiadores levantam, há meses, suspeitas já desmentidas sobre o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas. Ele está atrás de Lula nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2022.

Na USP, os discursos recordaram os mortos na ditadura e defenderam a manutenção do Estado democrático de Direito. O reitor da universidade, Carlos Gilberto Carlotti Júnior comentou: "Perdemos vidas preciosas durante um período de exceção. As cicatrizes ainda são visíveis. [São] Vidas que foram ceifadas pela repressão. Nós não esquecemos e não esqueceremos".

Manifestos pelo Brasil

Além de SP, o conteúdo dos documentos foi endossado por manifestações em mais de 20 capitais e em cidades como Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Juiz de Fora (MG), São Carlos (SP) e Mogi das Cruzes (SP).

Data escolhida é simbólica

11 de agosto marca a criação dos primeiros cursos de direito no Brasil, em 1827. Na mesma data, em 1977, alunos e professores da USP saíram em passeata no Largo de São Francisco, mesmo local da leitura das cartas de hoje. Três dias antes, lá havia ocorrido a apresentação de um manifesto contra a ditadura militar. Já em 11 de agosto de 1992, cerca de 10 mil pessoas fizeram um protesto para pedir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.