Responsável pelo inquérito que levou à prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, o delegado da Polícia Federal Bruno Callandrini denunciou ontem, em mensagem a colegas, “interferência na condução das investigações”. Segundo ele, Ribeiro, preso em Santos (SP), deveria ter sido transferido para a sede da PF em Brasília. A defesa tentou mantê-lo em São Paulo e teve o pedido negado. Mesmo assim, sob alegação de questões financeiras, a corporação não fez a transferência, e ontem ele foi solto por ordem do desembargador federal Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). O magistrado argumentou que Ribeiro não integra mais o governo e que os fatos denunciados são antigos. (Folha) Ligado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, Bello é, como conta Carolina Brígido, candidato a uma das duas vagas ora abertas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Seu nome consta da lista quádrupla da qual o presidente Jair Bolsonaro escolherá os futuros ministros. Fontes ligadas ao Planalto avaliam que as chances dele melhoraram muito com a decisão de ontem. (CNN Brasil) Já o juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, responsável pela ordem de prisão contra o ministro e outros envolvidos em suspeitas de corrupção no MEC, está sofrendo centenas de ameaças. (g1) Em Brasília, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse ter conseguido as 27 assinaturas necessárias para a instalação de uma CPI para investigar o MEC. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é contra, mas não tem o poder de barrar um pedido que cumpra as exigências da lei e do Regimento Interno. (Poder360) Meio em vídeo. O que é corrupção para você? A pergunta não é retórica. Esta semana o governo Bolsonaro viveu seu dia de Lava-Jato, com polícia prendendo de manhã ex-ministro. Este é um governo corrupto, um governo do Centrão. Mas essa corrupção, a do desvio de dinheiro, não é a maior corrupção do bolsonarismo. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube) |