O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou hoje que o governo não pode intervir nos preços dos combustíveis. Ele deu declaração durante uma audiência pública na Câmara, um dia depois de o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, ter se demitido. A saída foi motivada por pressões políticas feitas pelo governo, que só neste ano trocou duas vezes o comando da companhia, na tentativa de conter os preços. Nos últimos dias, Bolsonaro e aliados – entre eles o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) – intensificaram a atuação para que Coelho pedisse para sair. Isso porque o presidente da República e sua equipe decidiram jogar na Petrobras a culpa pela disparada dos combustíveis. Em reuniões internas, Bolsonaro tem dito a auxiliares que novas altas o farão "perder a reeleição". As decisões sobre os reajustes são tomadas pelo Conselho de Administração e pela diretoria da companhia. Como acionista majoritário, no entanto, o governo indica a maioria dos membros do colegiado. Na atual composição, seis dos 11 integrantes foram indicados pelo governo Bolsonaro. Desde a implantação da política de paridade de preços internacionais (PPI), em 2016, a Petrobras tenta parear o valor da gasolina na refinaria com o que se cobra lá fora. Ou seja, ele é resultado das oscilações de custo do barril de petróleo e do câmbio.