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24/11/2021 às 07h12min - Atualizada em 24/11/2021 às 07h12min

Vacinação, 3ª dose, PNI e máscaras fazem Brasil superar países ricos contra a Covid

Brasil avança com a imunização completa, ultrapassa países como os EUA, e supera 80% da população adulta com o esquema vacinal completo

Lílian Cunhacolaboração para a CNN
https://www.cnnbrasil.com.br/saude

Vários países do mundo estão entrando em numa quarta onda de infecção por Covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto isso, o Brasil avança com a imunização completa com as duas doses da vacina, ultrapassando países como os EUA.

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Nesta terça-feira (23), o Brasil superou a marca de 80% da população adulta com o esquema vacinal completo, segundo levantamento da Agência CNN.

“Comparando a vacinação com a Fórmula 1, nós somos aquele piloto de corrida que largou lá atrás, mas foi ganhando posições”, diz Álvaro Furtado, médico infectologista do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

“O Brasil demorou para começar a vacinação, mas se continuarmos nesse ritmo e se não houver novas variantes, nossa chance de escapar de um novo pico é grande”, afirma à CNN Gonzalo Vecina, fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para os especialistas ouvidos pela CNN, três grandes pontos trabalham a favor do Brasil para que a chance de uma quarta onda seja menos provável por aqui.

Com o aumento de casos de Covid-19 na Europa, a Romênia enfrenta sua pior onda da pandemia até então. Com baixa taxa de vacinação, hospitais, necrotérios e cemitérios estão cada vez mais lotados.

A Dra. Alexandra Munteanu, no centro de vacinação Palatul Copiilor em Bucareste, está pronta para vacinar quantas pessoas forem necessárias - mas elas precisam comparecer. A Romênia tem uma das piores taxas de vacinação na Europa, com 36% da população vacinada.

Um banner em Bucareste mostra médicos trabalhando para pacientes com Covid-19 e esta mensagem: "Eles estão sufocando. Eles estão nos implorando. Eles estão se arrependendo."

Neculai Miron, prefeito do vilarejo de Bosanci, no condado de Suceava, expressa suas opiniões contra a vacina: ele acha que não é segura.

O primeiro é cultural. É o que explica o fato de a vacinação estar avançando no Brasil enquanto ela desacelera em várias partes do mundo.No Brasil, temos 60,04% da população totalmente vacinada e estamos mantendo um ritmo de pelo menos 1 milhão de doses administradas diariamente.

Nos Estados Unidos, a recusa de parte da população em receber a vacina se reflete no lento avanço da vacinação e nos 57,95% da população está totalmente vacinada. O país chegou a administrar quatro milhões de doses por dia. Mas hoje, não vacina um milhão de pessoas por semana.

“O brasileiro viu muito de perto o mal que a pandemia fez, tanto no aspecto das mortes, da saúde quanto da economia. E conta na adesão à vacinação”, diz o infectologista.

Para Vecina, o grande diferencial da vacinação do Brasil é a implementação do Plano Nacional de Imunização (PNI).

“O PNI trouxe essa cultura vacinal e isso tem ajudado muito agora”, explica.

Nos EUA e em boa parte da Europa, onde os casos voltam a surgir antes de o inverno chegar, não existem campanhas de vacinação como as que acontecem aqui há mais de três décadas.

“Nos Estados Unidos, a pessoa precisa pagar para se vacinar”, diz Vecina. Então, juntando essa falta de cultura vacinal à falta de informação e à disseminação de notícias falsas – tudo isso acaba impedindo uma maior adesão à imunização.

No Reino Unido, um dos países que começaram a vacinação no ano passado, o percentual ainda não passou de 70% da população totalmente vacinada (69,69%).

Só nesta terça, o país registrou mais de 41 mil novos casos. Na Alemanha, que vive um novo surto (nas últimas 24 horas surgiram 51 mil novas infecções), a taxa é de 67,43% de totalmente imunizados.

Na Áustria, onde foi decretado nova quarentena, o número de casos diários passa de 14 mil. A taxa de vacinação, porém, não passa de 64,58%.

“Nesses países [europeus], além do ritmo de vacinação ter estancado, eles estão demorando muito para aderir à terceira dose. Essa é uma vantagem para nós, porque já nos adiantamos nesse ponto, vacinando os idosos e liberando agora para os maiores de 18 anos”, diz Furtado.

Outra circunstância que joga contra a Europa é a idade média da população. Por serem países com maior percentual de pessoas mais velhas – e, consequentemente, com sistema imunológico mais vulnerável –, o continente se torna uma porta de entrada para novas infecções, especialmente com o baixo ritmo da vacinação de reforço.

Ainda segundo os especialistas ouvidos pela CNN, um outro fator que ajuda o Brasil a se manter afastado de uma possibilidade de nova onda é o uso de máscaras.

“Na Europa, as pessoas tiraram a máscara muito precocemente”, diz Furtado.

Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), realizado entre 16 e 19 de novembro, o uso de máscara segue obrigatório em 97,8% dos municípios.

(Com informações de Kaluan Bernardo e Carolina Figueiredo, da CNN em São Paulo)

 


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