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08/11/2021 às 06h59min - Atualizada em 08/11/2021 às 06h59min

Com juros indo para 10%, CDBs de mais de 130% do CDI já sumiram do mercado

Remunerações médias oferecidas hoje estão em 118% do CDI, mas, com juros básicos subindo, ainda assim os ganhos estão maiores

Juliana Eliasdo CNN Brasil Business
https://www.cnnbrasil.com.br/business
Até o começo deste ano, com Selic a 2%, não era difícil encontrar CDBs pagando mais de 140% Pixabay

Com a subida rápida da Selic, a taxa de juros básica da economia brasileira, as remunerações dos títulos de renda fixa dos bancos que são atreladas a ela, os pós-fixados, já foram completamente reformuladas.

Até o começo deste ano, quando a Selic estava em apenas 2%, não era difícil encontrar CDBs pagando 140% ou mais do CDI, taxa de juros bancários que anda colada à Selic. Hoje, com a Selic e o CDI a 7,75%, essas opções já praticamente desapareceram das prateleiras de investimentos das corretoras.

 

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“Os juros subiram, mas os spreads não estão pagando tanto assim, eles caíram muito rápido. Os CDBs de bancos médios estão oferecendo remunerações próximas de 114% do CDI”, diz o sócio da gestora de patrimônios Portofino Multi Family Office, “Não é um nível de retorno superentusiasmante; para uma Selic a 11% ou 12% poderia fazer sentido.”

Os spreads, nesse caso, são a diferença oferecida pelo banco sobre o valor do CDI na remuneração de seu CDB, ou seja, o quanto mais que 100% do CDI ele oferece em juros.

“Até dá para encontrar alguns títulos pagando mais, mas em geral são de bancos em situação mais delicada e com maior risco de crédito; vai da disposição do investidor”, diz Eduardo Perez, analista de investimentos da corretora Nu Invest, antiga Easynvest. “No geral, as remunerações máximas estão entre 120% e 125% do CDI.”

Até pouco tempo atrás, os economistas acreditavam que a Selic continuaria subindo dos atuais 7,75% para próximo dos 8,5% ou 9,5% até o começo do ano.

Com o aumento do dólar e do risco nas contas públicas visto nas últimas semanas, porém, os cálculos já elevaram essa expectativa para 10% ou até 11% nos próximos meses.

E, quanto mais a expectativa futura de juros sobe, mais os bancos vão reduzir a remuneração em relação a eles.

A conta é simples: 140% de um juro de 2% ao ano parece muito, mas não é, já que é aplicado sobre uma base muito pequena. Significa uma remuneração final de 2,8%. É um aumento de 0,8 ponto nos juros de base.

Já 114% com os juros, agora, a 7,75%, passam a ser 8,82% – acréscimo de 1,07 ponto sobre a taxa básica. Se a Selic chegar aos 10%, os mesmos 114% do CDI já estará remunerando o equivalente a 11,4%, ou 1,4 ponto mais.

Ou seja, os bancos precisam fazer menos esforço para que os investidores ganhem mais – esse papel já está sendo cumprindo pela própria Selic mais alta.

“Com a Selic perto dos 2%, a renda fixa tinha perdido fortemente a atratividade, e o que se viu foram os bancos elevando os spreads, como uma maneira de manter a base de clientes”, diz Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb, buscador e comparador de investimentos. “Agora que a taxa está mais alta, eles não precisam mais se valer disso.”

Um levantamento feito pelo Yubb a pedido do CNN Brasil Business mostrou que, há um ano, com a Selic a 2%, a remuneração média dos CDBs estava em 124,3% do CDI. Hoje isso já caiu para 118,4%.

Os investimentos vendidos pelos bancos são uma das principais formas que eles têm para captar dinheiro.

É o dinheiro que eles pegam emprestado dos investidores que usarão, depois, para emprestar para os clientes, a taxas mais altas. É dessa diferença entre os juros pagos e os cobrados que vem o lucro deles, e é por isso que Selic mais baixa ajuda também a baixar os juros do crédito no país também.

Mesmo com os spreads dos CDBs sendo espremidos rapidamente, os especialistas não hesitam em recomendar os títulos pós-fixados como a melhor opção para investir dentro da renda fixa agora.

“Agora, realmente, os pós-fixados estão valendo mais a pena que os pré”, diz Perez, da Nu Invest. “O pessoal da renda fixa ficou mal-acostumado e, quando fala em 108% do CDI, acha ruim; mas tem que olhar o futuro. A Selic ainda vai subir muito.”

O dilema, para alguns, pode ser encontrar CDBs prefixados que hoje ofereçam juros fixos de 11% ou 12% ao ano, e achar que compensam mais do que um pós com a margem pequena sobre o CDI.

Mas, como tanto a Selic quanto a inflação ainda podem subir, a taxa prefixada pode acabar espremida e perder a vantagem.

“A Selic deve ir a dois dígitos e, em um cenário de Selic subindo, os pós-fixados são a melhor opção, porque a rentabilidade deles sobe junto com ela”, diz Pascowitch, da Yubb. “O melhor cenário para comprar prefixado é quando os juros estão caindo”.

 


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