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27/08/2021 às 13h32min - Atualizada em 27/08/2021 às 14h00min

Justiça aceita denúncia do MP e mulher que pregou contra quem posta 'coisa de gente preta, de gay' vira ré por discurso racista e homofóbico

A decisão judicial foi proferida pelo juiz titular da 2ª Vara Criminal de Nova Friburgo, na Região Serrana, Marcelo Alberto Chaves Villas, nesta quinta-feira (26).

G1
https://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2021/08/27/justica-aceita-denuncia-do-mp-e-mulher-que-pregou-contra-quem-posta-coisa-de-gente-preta-de-gay-vira-re-por-discurso-racista-e-homofobico.ghtml
A decisão judicial foi proferida pelo juiz titular da 2ª Vara Criminal de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, Marcelo Alberto Chaves Villas, nesta quinta-feira (26). Discurso em igreja repercute após críticas a fiéis que defendem causas raciais e LGBTQIA+
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por meio da 2ª Vara Criminal de Nova Friburgo, na Região Serrana, aceitou a denúncia do Ministério Público contra a pregadora Karla Cordeiro dos Santos Tedim. No início do mês, um vídeo de Karla pregando em uma igreja da cidade repercutiu nas redes sociais após ela criticar fiéis que defendem causas políticas, raciais e LGBTQIA+. (assista ao vídeo acima)
A decisão judicial foi proferida pelo juiz titular Marcelo Alberto Chaves Villas, nesta quinta-feira (26).
A pregação em que Karla fala para os fiéis pararem "de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay" aconteceu no dia 31 de julho e foi divulgada no canal oficial do grupo jovem da Igreja Sara Nossa Terra, mas foi excluída com a repercussão negativa.
Após a repercussão do caso, a mulher disse que foi "infeliz nas palavras".
ENTENDA O CASO:
VÍDEO: 'Para de ficar postando coisa de gente preta, de gay', diz mulher em discurso em igreja
RETRATAÇÃO: 'Fui infeliz nas palavras', diz Karla Cordeiro
INQUÉRITO: Pregadora que discursou contra quem posta 'coisa de gente preta, de gay' presta depoimento à polícia
DENÚNCIA: MPRJ denuncia pregadora por incitar preconceito e discriminação
Durante a pregação, Karla afirmou que "É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha, desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová Nissi. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira".
Para o juiz Marcelo Alberto Chaves Villas, o discurdo de Karla "perpassa, sim, a noção inicial de que a intenção da agente seria, de fato, de induzir ou de incitar a discriminação ou preconceito de raça e cor, bem como o preconceito ou a discriminação de grupos identificados pelo ponto comum da vulnerabilidade com o movimento LGBT".
O G1 entrou em contato com a defesa de Karla e aguarda um posicionamento.
Inquérito e denúncia
No dia 2 de agosto, a Polícia Civil abriu um inquérito depois de analisar o discurso de Kakau Cordeiro. Na ocasião, o delegado titular da 151ª DP, Henrique Pessoa, disse que há um "teor claramente racista e homofóbico, o que configura transgressão típica na forma do artigo 20 da Lei 7716/87". (assista ao vídeo abaixo)
Polícia em Friburgo abre inquérito após discurso em igreja: 'teor racista e homofóbico'
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou a pregadora no dia 20 de agosto. De acordo com a denúncia do MPRJ, Kakau Cordeiro praticou, induziu e incitou o preconceito e a discriminação contra as pessoas de cor preta e aquelas pertencentes à comunidade LGBTQIA+.
"Endereçando suas palavras aos jovens presentes e à audiência irrestrita das mídias sociais, a denunciada Karla, a pretexto de enaltecer sua 'bandeira', induziu e incitou menosprezo pelas pessoas de cor preta e por aquelas integrantes da comunidade LGBTQIA+, praticando discriminação e preconceito contra aquelas e suas causas ao enfatizar a 'vergonha' que tais 'bandeiras' importariam se fizessem parte das manifestações sociais dos seus ouvintes", declarou o Ministério Público em denúncia.
"O direito a liberdade religiosa e de culto, garantida constitucionalmente, não pode encobrir discursos de ódio ou práticas racistas. [...] nem um direito individual pode ser reputado como um direito absoluto", ressaltou o Ministério Público, acrescentando que "Ao Estado está vedado qualquer forma de censura ou de ofensa à liberdade de expressão, de pensamento ou de crença, mas [...] mesmo tais direitos devem ser exercidos por todos os cidadãos com responsividade".
Ainda para a Promotoria de Justiça, a fala da pregadora "evidenciou um conjunto de ideias preconceituosas, contrariando, assim, entendimentos mais inclusivos acerca das diferentes posições e demandas sociais existentes em sociedade pluralista".
Retratação
Na nota de retratação, publicada por Karla nas redes sociais, a pregadora afirmou que não era a intenção dela praticar nenhum ato discriminatório.
"A minha intenção era de afirmar a necessidade de focarmos em Jesus Cristo e reproduzirmos seus ensinamentos, amando os necessitados e os carentes. Principalmente as pessoas que estão sofrendo tanto na pandemia. Fui descuidada na forma que falei e estou aqui pedindo desculpas", disse.

Fonte: https://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2021/08/27/justica-aceita-denuncia-do-mp-e-mulher-que-pregou-contra-quem-posta-coisa-de-gente-preta-de-gay-vira-re-por-discurso-racista-e-homofobico.ghtml
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